Resumo da postagem

O PNLD 2024 está organizado em 3 Objetos, que são avaliados, escolhidos e distribuídos separadamente. O Objeto 2 contempla as coleções de Recursos Educacionais Digitais, que são conhecidos como REDs e são organizados também por componente curricular: Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, Língua Inglesa, Matemática, Ciências, História e Geografia, mas apenas em versão digital-interativa para estudantes e professores.  

O PNLD 2024 está organizado em 3 Objetos, que são avaliados, escolhidos e distribuídos separadamente. O Objeto 2 contempla as coleções de Recursos Educacionais Digitais, que são conhecidos como REDs e são organizados também por componente curricular: Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, Língua Inglesa, Matemática, Ciências, História e Geografia, mas apenas em versão digital-interativa para estudantes e professores.  

Dentro desses recursos, há um item importante chamado de Avaliação Diagnóstica e Progressiva. Conversamos com duas especialistas da FTD Educação que vão ajudar a descomplicar o assunto e trazer todos os detalhes: Renata Silene da Silva, Consultora de Avaliação Educacional, e a Coordenadora de Avaliação Educacional, Juliana Pagliarelli dos Reis. Confira:

Avaliação Diagnóstica e Progressiva 

  1. O que é Avaliação Diagnóstica e Progressiva? 

O termo “Avaliação Diagnóstica e Progressiva” compreende um conjunto de práticas de avaliação educacional em dois conceitos: 

  • Avaliação diagnóstica: tem a finalidade de mapear os conhecimentos dos estudantes, revelando uma fotografia da aprendizagem individual ou coletiva, servindo como ponto de partida para o planejamento das estratégias de ensino. Usualmente aplicada no início de um processo de aprendizagem, como, por exemplo: início de um bimestre, início de um ano letivo, início de um novo tópico de conteúdo etc.  
  • Avaliação progressiva: conjunto de práticas de avaliação formativa que tem como perspectiva o desenvolvimento progressivo das habilidades e competências dos estudantes ao longo de cada ciclo da Educação Básica. Usualmente aplicada durante o processo de aprendizagem, como, por exemplo: durante um bimestre, durante um projeto, durante uma produção etc.  

A combinação de práticas avaliativas norteada pelos dois conceitos viabiliza a construção de planejamentos pedagógicos baseados em evidências, contribuindo para que os estudantes ampliem a sua capacidade de aprender. 

  1. Por que ela é aplicada? 

Para acompanhar o desenvolvimento progressivo da aprendizagem dos estudantes, assim como o desenvolvimento das habilidades e competências ao longo de todo o ciclo da Educação Básica, de acordo com as premissas da BNCC.   

  1. Quando ela é aplicada? 

Conforme edital do PNLD 2024, são demandadas quatro propostas avaliativas por ano, por componente curricular. Não há uma indicação de datas para aplicação destas propostas, entretanto, o recomendado é, pensando num ano letivo dividido por bimestre, que seja aplicada uma avaliação no início de cada bimestre, com as seguintes premissas:  

1ª Avaliação: Diagnóstico para levantamento de conhecimentos prévios e habilidades pré-requisitos para o ano escolar vigente. 

2ª Avaliação: Diagnóstico da evolução das habilidades pré-requisitos e das habilidades recém-adquiridas. 

3ª Avaliação: Diagnóstico da evolução das habilidades intermediárias e recém-adquiridas. 

4ª Avaliação: Diagnóstico da evolução das habilidades recém-adquiridas e prognóstico do que precisa ser trabalhado no último bimestre para aquisição adequada de todas as habilidades esperadas no ano escolar avaliado.  

Para que haja o tempo adequado para interpretar os resultados e aplicar as intervenções pedagógicas, o ideal é prever um intervalo mínimo de 45 dias entre as avaliações. 

  1. Como aplicá-la? 

Conforme informações do edital PNLD 2024, não há critérios específicos para que a aplicação aconteça obrigatoriamente de forma padronizada. Sendo assim, pode ficar a critério da rede de ensino a organização das aplicações, entretanto o recomendado é que sejam cumpridas todas as etapas do ciclo avaliativo: 

  1. Leitura e interpretação dos tópicos dispostos do item 1.5.1 do edital. 
  2. Planejamento da aplicação dos instrumentos avaliativos: definição de cronograma, de ambiente de coleta de dados e definição de professores-aplicadores (garantindo que os professores que aplicam a avaliação não sejam os mesmos docentes responsáveis pela turma avaliada). 
  3. Aplicação dos instrumentos avaliativos e coleta de dados. 
  4. Correção automatizada das provas e divulgação de relatório. 
  5. Interpretação e análise de resultados. 
  6. Quais as diferenças em relação às demais avaliações? 

A avaliação diagnóstica e progressiva entende a aprendizagem com um processo a ser desenvolvido ao longo de cada ciclo da Educação Básica. As habilidades e competências são desenvolvidas por meio da aquisição de novos conhecimentos ou do aprofundamento de conhecimentos já adquiridos, como também na atribuição de significado para o aprendizado e pela capacidade de expressar estas habilidades. Assim, é proposta uma mentalidade avaliativa diferente das avaliações classificatórias e focadas majoritariamente no mapeamento da aquisição do conteúdo acadêmico.  

Também difere das avaliações somativas, as quais, geralmente, observam o desenvolvimento da aprendizagem somente no fim do processo de ensino. 

  1. O que oferecem ao professor? 

Além do repertório técnico e avaliativo proposto no item 1.5.1. do edital do PNLD 2024, também apoia o professor na realização de análises baseadas em evidências das avaliações, sendo um suporte importante para o desenvolvimento de intervenções pedagógicas assertivas, tanto no âmbito coletivo, como no âmbito individual. Assim, os professores têm um parâmetro a ser definido como ponto de partida para o seu planejamento pedagógico com base nas reais necessidades dos estudantes. 

  1. O que essas avaliações revelam ao professor? 

Abaixo seguem os indicadores ideais de informação que seriam revelados aos professores: 

Para os itens de “múltipla escolha” e “verdadeiro ou falso”: 

  • Média de desempenho geral da turma em cada competência geral. 
  • Desempenho individual em cada competência geral. 
  • Média de desempenho geral da turma em cada competência específica. 
  • Desempenho individual em cada competência específica. 
  • Média de desempenho geral da turma nas habilidades. 
  • Média de desempenho geral em cada habilidade. 
  • Desempenho individual dos estudantes em cada habilidade. 

Para os itens “discursivos” e de “produção de texto”: 

  • Percentual e número de estudantes em cada nível de desempenho, conforme níveis descritos no edital, de cada habilidade avaliada; percentual e número de estudantes em cada nível de desempenho, conforme níveis descritos no edital, de cada competência específica avaliada. 
  • Percentual e número de estudantes em cada nível da competência geral avaliada, conforme níveis descritos no edital; Nível de desempenho de cada estudante nas habilidades, conforme descrição de níveis do edital. 
  • Nível de desempenho de cada estudante nas competências específicas, conforme descrição de níveis do edital; Nível de desempenho de cada estudante nas competências, conforme descrição de níveis do edital. 
  1. Quais dicas sobre o tema são importantes para os professores de rede pública? 

Criar experiências pedagógicas que fomentem a percepção de que as avaliações fazem parte da aprendizagem, demonstrando aos estudantes como usar os resultados obtidos, para que compreendam o que os levou a chegar a um determinado resultado e possam ser os protagonistas de seu processo de aprendizagem. 
 
Além desse artigo para ajudar com as dúvidas, disponibilizamos mais informações no site pnld.ftd.com.br e dicas em nossas redes sociais, siga nosso perfil: @ftdpnld 

Autora: 

Renata Silene da Silva, Consultora de Avaliação Educacional da FTD Educação

Mestranda em História do Ensino da Ciências e da Matemática pela Universidade Federal do ABC. Especialista em Educação Corporativa pelo SENAC, com certificação em Desenho Instrucional pelo IDI. Graduada em História pela Universidade de São Paulo – USP, com extensão universitária pela Universitè Lumière Lyon II.   

Revisão conceitual: 

Juliana Pagliarelli dos Reis, Coordenadora de Avaliação Educacional da FTD Educação

Mestre em Língua Portuguesa, com pesquisa sobre o ensino e avaliação da produção textual, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É membro do Grupo de Estudos de Avaliação da Aprendizagem e do Grupo de Pesquisa Estudos de Linguagem para Ensino de Português. Especialista em Gestão Pública pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Foi colaboradora do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo (NUPPs). Graduada em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. 

 
REFERÊNCIAS 

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 17/02/2022 

BLACK, P. et al. Trabalhando por dentro da caixa preta: avaliação para a aprendizagem na sala de aula. Cadernos Cenpec, São Paulo, v. 8, n. 2, p. 153-183, jul./dez. 2018. Disponível em: http://cadernos.cenpec.org.br/cadernos/index.php/cadernos/article/view/445/429. Acesso em: 17/02/2022. 

BROOKHART, S. M.; CHEN, F. The quality and effectiveness of descriptive rubrics. 
Educational Review, [s. l.], v. 67, n. 3, p. 343-68, 2015.  
 

CARMO. J. G. B. Avaliação Classificatória X Avaliação Progressiva. Educação & Literatura, 2003. Disponível em  http://www.educacaoliteratura.com.br/index%2098.htm#:~:text=A%20avalia%C3%A7%C3%A3o%20progressiva%20se%20apresenta,e%20em%20%E2%80%9Canos%20letivos%E2%80%9D.  Acesso em: 17/02/2022.

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