Resumo da postagem

O assunto em alta era a festa no céu, na qual só entrariam os animais que voassem. Os outros bichos ficaram revoltados, especialmente o jabuti. Ele não desistiu: foi de carona com a garça. Será que o jabuti vai, finalmente, participar dessa festa?  

O assunto em alta era a festa no céu, na qual só entrariam os animais que voassem. Os outros bichos ficaram revoltados, especialmente o jabuti. Ele não desistiu: foi de carona com a garça. Será que o jabuti vai, finalmente, participar dessa festa?  

Para descobrir se o jabuti conseguiu entrar na festa e ter mais dicas sobre a obra Festa no céu e de como trabalhá-la em sala de aula, confira uma entrevista com a premiada autora Ana Maria Machado, com a colaboração de nossa equipe. A obra faz parte das escolhas do PNLD 2023 – Objeto 3 e com certeza, você encontrará muitos motivos para escolhê-la.

1. Conte um pouco sobre a obra e a relação dela com os temas da atualidade.

Escrito por Ana Maria Machado e ilustrado por Marilda Castanha, Festa no céu reconta a fábula clássica de uma festa que, como o nome diz, acontece no céu. Quando os animais terrestres ouvem falar do evento, ficam alvoroçados. Mas logo descobrem que não poderão participar — o acesso é exclusivo para aqueles que voam — e se conformam. Exceto o jabuti, que resolve ir à festa de qualquer maneira e consegue uma carona com a garça. Mas ele terá que se virar para conseguir voltar, pois a carona é só de ida. Depois de aproveitar a festa, o jabuti dá seu jeito de retornar: entra na viola do urubu, que antes debochara dele, e é levado involuntariamente pela ave. No trajeto, porém, o urubu descobre o intruso dentro do instrumento e, antes de pousar, derruba o jabuti, que se esborracha sobre uma pedra. Com o choque, seu casco liso se quebra todo, mas é consertado pelos anjos, ganhando então o aspecto craquelado que conhecemos hoje. 
Num texto do gênero literário fábula, como Festa no céu, os personagens geralmente são animais de características humanas, e a história permite uma interpretação moral. Nessa abordagem, é importante enfatizar a diversidade: os animais são diferentes entre si e cada um apresenta características e habilidades únicas. 

2. Quais são os pontos fortes da leitura da obra para o professor e para os estudantes? 

Ana Maria Machado: Festa no céu é um reconto. Ou seja, um livro que conta por escrito uma história popular de nossa tradição oral, que vem sendo transmitida há muitos anos de uma geração para outra. Faz parte de um ciclo de histórias que geralmente se contavam para explicar o mundo. Essa seria uma tentativa de explicação para o casco do jabuti parecer ser formado de pedaços emendados.” 
“Um bom professor pode partir dessa história para debater bullying, exclusão de quem é diferente e não é convidado para as festas; para discutir egoísmo e generosidade, amizade.” 
“O professor pode também aproveitar para que os alunos explorem os animais de nossa fauna, as diferenças entre os que vivem na terra, no ar ou na água, a importância de proteger os diferentes ecossistemas.” 
“Pode despertar para uma conversa sobre maneiras de viajar, investigar com os estudantes quem já viajou, viu paisagens diferentes e conversou com pessoas que estiveram em outros lugares. Como eles imaginam que é a vida por lá? A partir daí, pode-se trabalhar em conjunto sobre o que torna as pessoas iguais e o que as faz diferentes, de acordo com o lugar onde vivem, as oportunidades que têm, as experiências que as marcam.” 
“Outro ponto interessante a explorar é a noção de história oral. Vale pedir aos alunos que conversem em suas famílias para saber que histórias os pais, avós, tios ou irmãos mais velhos ouviram. O que eles gostam de contar hoje em suas conversas: Capítulos de novela? Lances do futebol? Casos do trabalho? Fofocas de celebridades? Pedir que pensem no que contariam a alguém — como se fosse um marciano recém-chegado — que lhes pedisse novidades sobre sua vida ou vizinhança, etc.” 
“Enfim, tenho certeza de que um professor saberá descobrir novas ideias por essas vertentes. E seria bom que tentasse descobrir também outras histórias que vêm passando oralmente de uma geração para outra — ou usando sua própria memória, ou um catálogo da editora…”.

3. Como a obra pode colaborar na formação leitora dos estudantes? O que você diria ao professor de escola pública para fomentar essa formação, na escola e fora dela? 

Ana Maria Machado: “Estou convencida de que boas histórias sempre contribuem para a formação leitora dos estudantes e dos professores, e quando estes leem mais, dão bons exemplos leitores e têm melhores ideias para novas leituras”. 
A obra é indicada para grupos de 1o, 2o e 3o anos do Ensino Fundamental, por apresentar em sua estrutura características textuais que possibilitam o desenvolvimento de atividades de alfabetização, a prática da leitura dialogada, a literacia familiar e a introdução ao mundo literário de forma lúdica e prazerosa.  
As ilustrações de Festa no céu remetem a pinturas rupestres, o que possibilita ampliar o repertório do leitor. São traços que se aproximam da realidade de uma forma similar aos desenhos que as crianças fazem dos animais. 
Por meio da história contada por essas imagens, a narrativa visual, o leitor percebe que os diferentes espaços ocupados pelos personagens animais são lugares agradáveis e que os próprios animais têm características físicas diferentes, marcantes e alegres. As imagens acompanham o texto e o complementam. São elas que apresentam ao leitor bichos diversos além dos nomeados no enredo. São elas, também, que dão movimento às cenas narradas. 

Professor, embora o contato com a literatura não se dê apenas no ambiente escolar, é na escola que a formação do leitor literário ocorre de maneira sistematizada, principalmente no início da vida escolar. Contudo, tal processo deve ser conduzido de forma cuidadosa e lúdica, não só para que as crianças entendam a importância da literatura, mas também para que se familiarizem com textos literários, diferentes gêneros textuais, autores, ilustradores, tipos de ilustração, estéticas diversas, habituando-se à fruição da leitura pelo prazer de ler e, consequentemente, tornando os momentos de leitura significativos.  
É importante estabelecer um diálogo sobre o texto, em que a criança participa ativamente da leitura do adulto, passando de ouvinte passiva a protagonista do ato de ler. Dessa forma, se constrói um ambiente de leitura dialogada, em que o adulto mediador e a criança conversam antes da leitura, durante ela e depois dela. É preciso entender que, para que a leitura dialogada seja efetiva, a criança deve participar livremente dela, fazendo perguntas para melhorar a própria compreensão acerca da narrativa e contando suas percepções a respeito do enredo.  
A leitura dialogada é um recurso que pode ser usado com muita eficiência na mediação literária, não só na escola mas também na casa do estudante: tanto o(a) professor(a), no ambiente escolar, quanto os pais ou responsáveis pela criança, no ambiente familiar, podem — e devem — ser mediadores de leitura. 

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Sobre a autora:

Ana Maria Machado é autora de dez romances, 12 livros de ensaios e mais de 100 livros infantojuvenis, com tradução em 28 países. Em 2000, ganhou o prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infantil mundial, e no ano seguinte recebeu o maior prêmio literário nacional, o Machado de Assis. Ganhou, ainda, o prêmio Príncipe Claus, da Holanda, o Casa de las Américas, da organização cubana homônima, e três Jabutis. Desde 2003, integra a Academia Brasileira de Letras.

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